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O que eu aprendi assistindo a palestra do prefeito Sérgio Meneguelli

No dia 22 de março de 2019, o atual prefeito de Colatina/ES (cidade com pouco mais de 120 mil habitantes), esteve palestrando na cidade de Presidente Figueiredo, distante 107 km de Manaus, a capital do Amazonas.

Sou um entusiasta do Serginho e não queria perder aquela chance e assim, entender pessoalmente, porque ele foi uma das personalidades públicas convidadas a fazer uma palestra na “Brazilian International Live Conference” (Brilive Conference), na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Além de participar do evento, Sérgio Meneghelli também foi homenageado.

O que eu aprendi foi que existem pessoas sérias exercendo sua profissão com seriedade. Uma das situações mais curiosas que percebi, foi dele tentar deixar claro que ele “está prefeito” e não que ele “é prefeito”. Isso porque como dito por ele, quem escolhe uma profissão, será pra sempre aquele profissional, mas ao seu ver, a política não deve ser tida como profissão, e por isso, daqui a menos de 2 anos, ele deixará de ser prefeito e passará a ser ex-prefeito de Colatina.

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Meneguelli não anda de carro. Todos os dias ele vai de sua casa até o gabinete de bicicleta e afirma que o faz para incentivar um modo de vida mais saudável. Até no dia da posse, o político foi até a Câmara Municipal de terno e bicicleta.

De bicicleta, Sérgio Meneguelli toma posse da Prefeitura de Colatina – ES

Esse pensamento do Serginho ainda é de deixar as pessoas boquiabertas. Principalmente porque foi-se habituado que o prefeito se reelege e salta depois de 2 anos pra disputa pra governador, o governador, em tese, faz o processo inverso. E como ele quer disputar pra Deputado Federal, ele irá deixar a prefeitura e ficará 2 anos na “geladeira”. Sentiu a diferença do Zezinho Corrêa de Colatina?

Conversando mais, e ouvindo, a ideia que ele prega é que : “Só faço o que precisa ser feito, nada além do meu trabalho. Se eu puder economizar e fazer com as minhas próprias mãos, eu faço. Se eu não tenho como realizar, eu comunico a todos que não tenho como fazer e peço ajuda para que todos façam comigo e cada qual se doando um pouco, a gente consegue superar as adversidades”. Mentira. Ele faz muito mais do que o trabalho dele. Ele vive a cidade. Ele transforma a vida dos moradores. Ele se engaja e tem o apoio enorme dos internautas.

Desde que assumiu o cargo, o prefeito usa parte de seus fins de semana para trabalhar na revitalização de canteiros da cidade. Ele chama grupos de voluntários para ajudarem nos mutirões sociais.

Aliás, foi esse apoio dos internautas que fez com que os vereadores dessem “moral” pra ele. Todas as ações dele no início eram tidas como “folclóricas” e por isso, não tinha adesão dos vereadores e poucos cidadãos. A partir da notícia de que ele cancelaria o investimento no Carnaval e o investiria na Atenção Básica da Saúde, foi que o nome dele ganhou fama Brasil a fora e ele conseguiu ganhar força Espírito Santo a dentro.

Meneguelli cancelou o financiamento à festa de carnaval de Colatina neste ano e no ano passado. Ele anunciou a retirada de verbas para poder redirecioná-la à saúde, saneamento e educação.

– Para que façamos um carnaval como foi no ano passado, eu teria que gastar de R$ 180 mil a R$ 200 mil e seria uma irresponsabilidade minha usar este dinheiro para fazer desfile de escola de samba, quando em nossos postos, às vezes, falta material de limpeza – anunciou.

Com um rendimento bruto de R$ 9.758,01, o prefeito possui o menor salário entre os prefeitos do estado ( e um dos menores do país), mas segundo ele, é o maior salário da sua vida. E por isso ele dá o maior valor para isso e faz questão de pagar todas as contas que contrai, do seu próprio bolso. Ou, no caso de viagens como esta, ao invés dele pedir “cachê”, ele pede 1kg de alimento não perecível e pede para os organizadores doarem para alguma instituição de caridade da cidade. Ao contrário da deputada federal Tabata Amaral (25), que pediu 13 mil reais de cachê.

Grato pela oportunidade que Deus e os eleitores deram à ele, ele é convicto que se for ingrato com o povo, estará sendo ingrato com Deus. Então só em ser prefeito já é um grande privilégio. Ele se considera o servidor número 1, aquele que precisa dar o exemplo pra todos, pois o fato dele ser prefeito, aumenta ainda mais a responsabilidade.

Sobre sua simplicidade, ele conta que foi muito difícil no início e que uma vez, enquanto ele era vereador, ele estava cuidando de uma palmeira quando o prefeito chegou e falou pra ele : “O que tu tá fazendo aí? Larga de ser bôbo. O povo pensa que você é um palhaço. Dá licença. Isso lá é coisa de Prefeito”. Ele engoliu seco as palavras, e guardou-as, mas não seguiu aquele conselho e continuou cuidando das palmeiras. E pra ele, a maior dificuldade foi ele aceitar o desafio de ser candidato. Essa decisão foi mais difícil do que propriamente ganhar a eleição. Ele confessou que só foi decidido que seria candidato a prefeito faltando 5 minutos para o encerramento do prazo.

Humilde e querido pela população, o político participa de mutirões, poda jardins, faz manutenção em pontes, almoça junto funcionários de baixo escalão do município e anda pela cidade para fiscalizar as obras em sua bicicleta. Ele comentou sobre a população ter que fiscalizar a Prefeitura Municipal e que cobrem dos vereadores, pois se eles não cobrarem, os vereadores podem ser coniventes e esse é o caminho da corrupção.

O prefeito decidiu não utilizar dinheiro da prefeitura para bancar viagens próprias. Meneguelli é chamado para palestras em outras cidades e estados e, a cada confirmação, reafirma que pagará as despesas com o próprio salário.

Foi uma palestra que serviu para refletirmos sobre os moldes dos novos agentes não-políticos que entram pra política e se destacam de forma positiva.  Refletir sobre gestão pública eficiente. Como fazer a diferença e como ser a diferença na Gestão Pública. Sabe o que mais? O Serginho era do MDB. Isso muda alguma coisa pra você? Percebe que não é o partido que faz o candidato? Não é partido A ou B que fará a pessoa corrupta ou santa. Isso é caráter.

Porém, é claro que o MDB não era o partido  mais indicado pro pensamento dele, e por isso, sem pestanejar, o Sérginho pulou fora antes da eleição de 2018 e até o momento não afirma que não quer mais se filiar a outra sigla. “Não pretendo me filiar mais. O MDB não era coerente, decidia tudo de cima para baixo, e, antes da eleição de 2018, deixei o partido. Não acredito em nenhum partido político do País”, disse.

Sérgio é ou não é o cara? Ainda incrédulo? Assista a palestra do Prefeito Sérgio Meneguelli direto de Presidente Figueiredo – AM

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Sobre Marcus Pessoa

Em meu blog escrevo sobre Cidades Inteligentes, Marketing Digital, Políticas Criativas, Empreendedorismo, Histórias dos Patrimônios do Amazonas além de dar minhas opiniões sobre Política e militar contra o Bolsonarismo.
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