11ago
Meu pai é o meu herói! Em 2011 sofri minha primeira ameaça de processo por e-mail e meu pai me defendeu

Meu pai é o meu herói! Em 2011 sofri minha primeira ameaça de processo por e-mail e meu pai me defendeu

Em 2011 iniciei o No Amazonas é assim após me inspirar nas páginas Enquanto Isso em Goiás e No MT é Assim. Aliás, as primeiras publicações do No Amazonas é assim seguiam as mesmas características dessas duas páginas que tinham por princípio demonstrar que “Aqui o Sistema é Bruto”. Não tardou para que eu entendesse a dinâmica e começasse a mandar os primeiros memes autorais. Lógico que entre uma situação real e outra, existiam muitas publicações que reforçavam estereótipos nacionalmente conhecidos e que não passam de ficela até hoje.

Aliás, brincar com o esterótipo regional foi a origem da página. Ser uma página humorada para todos aqueles que não se ofendem com piadinhas feita pelas pessoas sem cultura e sobrecarregadas de ignorância e soberba. Afinal, como bons amazonenses saibamos rir.

Claro que é fácil escrever sobre isso em 2019. Hoje somos uma das fanpages que mais bombam entre os portais do Amazonas de acordo com o Facebook.Já mudamos o objetivo da página e hoje somos um portal de notícias, entretenimento e regionalismo. Uma página que não possui leitores, mas fãs e que é reconhecida como a principal página a falar a língua da web amazonense.

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Mas, voltando ainda em 2011, quando a página estava recém criada e recebi a minha primeira ameaça de processo. Sem experiência alguma no assunto, encaminhei o e-mail ao meu pai, que ao invés de me responder por e-mail, tornou o conteúdo público e mandou a sua resposta para o cidadão inconformado. 

Meu pai, Simão Pessoa e eu.

Abaixo a publicação quase na íntegra do blog Simão Pessoa em 06/12/11. Ocultei no meu blog o nome da pessoa, porque com o passar dos anos ela até se aproximou de mim, e somente hoje vim saber quem havia enviado este e-mail. Nunca havia memorizado o nome da pessoa…

Os imbecis já estão no corredor

Há algumas semanas, meu moleque Marcus Vinicius, lá de Milão, fez um álbum bem humorado intitulado No Amazonas é assim, onde sampleava fotos reais e bobagens fakes para tirar sarro de gregos & baianos.

Não satisfeito com esse revivalismo dadaísta, ele postou o álbum no facebook.

Até aí, tudo bem, o facebook está cheio de presepadas parecidas.

O Rafael Froner, por exemplo, entendeu a brincadeira e escreveu um post interessante.

No Amazonas é assim - O artesanato indígena te faz conectar com o mundo!

No Amazonas é assim – O artesanato indígena te faz conectar com o mundo!

Nesta terça-feira, o Marcus Vinicius recebeu um e-mail de um imbecil que não pegou o espírito da coisa (pega e chupa, que é de uva, paspalhão!), que transcrevo abaixo.

———- Forwarded message ———-
From: M****S D***A <************@hotmail.com>
Date: 2011/12/6
Subject: COMUNICADO!
To: noamazonas@gmail.com

Venho por meio deste comunicar-lhe que diante das brincadeiras de mal gosto, pois vicê anda postando no facebook, na página: No Amazonas é assim, fotos com fundo descriminatório e preconceituoso fazendo uma propaganda negativa do Amazonas dando a entender que aqui não há gente civilizada e só a indios não civilizados, com base nisso encaminhei uma representação para o facebook denunciando sua página por descriminação e preconceito, e digo mais, eu estou lhe dando um prazo de 24hs, para que você se manifeste e tire esta porcaria de página do facebook, do contrário, eu mesmo estarei entrando com uma ação civil pública contra você no Ministério Público do Amazonas, além de ação por reparação de danos causados ao povo do Estado e eu me incluo nisso como cidadão, com idenização destinada a uma instituição séria do Estado, portanto companheiro, não vá pensando que você vai ficar impune, que não vai não, retire a página ou sofra as sanções da lei.

Passar bem seu imbecil!!!!

M****s D***a.

Agora vamos a resposta que meu pai deu ao e-mail em 2011…
Simão Pessoa

Simão Pessoa

Como diria Jack, o estripador, vamos por partes.

O tal de cidadão instigado não sabe a diferença entre mal (oposto de bem) e mau (oposto de bom), o que já mostra o grau de cultura do sujeito.

Ele também não sabe a diferença entre descriminar (absolver de crime) e discriminar (diferençar, distinguir), o que já mostra que estamos lidando com uma cavalgadura de marca maior.

Pior, ele não sabe onde colocar o verbo haver mesmo diante de índios selvagens (“aqui não há gente civilizada e só a índios não civilizados”).

Abusado como qualquer êmulo de coronelzinho de barranco, ele dá um prazo de 24 horas para que a página seja retirada do ar sob pena de… sob pena de…

Ah, sob pena de dar dois chiliques em frente ao Ministério Público.

É por isso que o Bananão não vai pra frente.

Em vez de estar lendo um bom livro do Machado de Assis para aprender a escrever direito, o tal de M****s D***a vai pro facebook, abre uma página que não lhe diz respeito, fica histérico diante de uma obra conceitual e aí se transforma no mais indignado cidadão amazonense de todos os tempos…

A pergunta que não quer calar é a seguinte:

Quando uma cabeça e uma obra conceitual têm uma colisão e uma delas soa oca será que é sempre a obra conceitual?…

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Sobre Marcus Pessoa

Em meu blog escrevo sobre Cidades Inteligentes, Marketing Digital, Políticas Criativas, Empreendedorismo, Histórias dos Patrimônios do Amazonas além de dar minhas opiniões sobre Política e militar contra o Bolsonarismo.
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